O porto, 14-12-11
[Sem nada a perder.]
Ontem numa conversa declarei que vim
para a Europa buscar a guerra...
[O
que me motiva a fazer qualquer coisa?]
Percebo minha pulsão por revolucionar vários
padrões que me parecem mais estabilizados pela qualidade efêmera do domínio de
seus agentes e usuários que consolidados por positividades cultivadas por suas
virtudes, entretanto sou ao mesmo tempo vitima de uma sensível impossibilidade em
operar progressivamente as possibilidades destes padrões sem obrigar-me, a
muito contra gosto, por uma atuação disciplinadora, dicotômica e antitética,
mas também ambígua e contraditória.
[Inevitavelmente
condenado ao fracasso, o projeto sou eu.]
A vontade de virtude, de solucionar confrontos
e emparelhamentos notados e propostos pela percepção e apropriação da paisagem,
passa e surge por pontos críticos da própria postura no território. Não se
trata de uma moldagem ativa ou passiva à maneira do indivíduo e de outrem, de criar
e buscar uma doutrina que reforce ou coíba suas ações. No fim, visto de longe
num plano achatado, trata-se de esboçar percursos num espaço entre os extremos de uma espectral e monstruosa
dimensão social e seu inverso sublime e perverso, respectivamente a paixão e o vício como mais
radicais formas de transcendência e descontrole emocional.
[Insuportável
– Crucial – Crítico]
Posso ver uma massa disforme preenchendo lacunas vazias de forma a transformar a percepção de cada lugar. Por vezes é um esforço um tanto disciplinador, ver zonas cheias e vazias, claras e escuras, permitidas e proibidas... Mas se pretende desde o princípio uma disciplina avessa a imposta pela rotina compartimentada do imperativo consumidor.