sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Devaneio # 37


O porto, 14-12-11 

 [Sem nada a perder.]
Ontem numa conversa declarei que vim para a Europa buscar a guerra...

[O que me motiva a fazer qualquer coisa?]
Percebo minha pulsão por revolucionar vários padrões que me parecem mais estabilizados pela qualidade efêmera do domínio de seus agentes e usuários que consolidados por positividades cultivadas por suas virtudes, entretanto sou ao mesmo tempo vitima de uma sensível impossibilidade em operar progressivamente as possibilidades destes padrões sem obrigar-me, a muito contra gosto, por uma atuação disciplinadora, dicotômica e antitética, mas também ambígua e contraditória.

[Inevitavelmente condenado ao fracasso, o projeto sou eu.]
A vontade de virtude, de solucionar confrontos e emparelhamentos notados e propostos pela percepção e apropriação da paisagem, passa e surge por pontos críticos da própria postura no território. Não se trata de uma moldagem ativa ou passiva à maneira do indivíduo e de outrem, de criar e buscar uma doutrina que reforce ou coíba suas ações. No fim, visto de longe num plano achatado, trata-se de esboçar percursos num espaço entre os extremos de uma espectral e monstruosa dimensão social e seu inverso sublime e perverso,  respectivamente a paixão e o vício como mais radicais formas de transcendência e descontrole emocional.

[Insuportável – Crucial – Crítico]
Posso ver uma massa disforme preenchendo lacunas vazias de forma a transformar a percepção de cada lugar. Por vezes é um esforço um tanto disciplinador, ver zonas cheias e vazias, claras e escuras, permitidas e proibidas... Mas se pretende desde o princípio uma disciplina avessa a imposta pela rotina compartimentada do imperativo consumidor.