domingo, 27 de setembro de 2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Anão vestido de palhaço mata oito"

A viajem de volta pra Tucuruí estava tranquila, boa demais pra ser verdade. Comi uma cochinha de rodoviária bem engordurada, bebi uma lata de skin bem geladinha. Havia comprado uma carteira de Black, sabor canela, e fumado dois antes que o ônibus partisse de Marabá. Era noite paraense, negra como os cabelos das nativas, quando o céu limpo é ofuscado pelas luzes da cidade, e não podemos ver as estrelas. Um cara gago sentado do meu lado havia me mostrado uns livros de teologia protestante. Afinal senti um alívio; não, não flatulei. Desde o início da viajem que já durava quase dois dias, não haviamos trocado um oi. Me sinto meio desumano às vezes, e me senti quando o vi tentando tocar nalgum assunto, sutilmente. Na tarde do dia anterior, eu estava meio lezado ainda do que havia fumado antes de viajar, fui bastante lacônico com ele. Sua própria gaguice pareceu contrangê-lo, e meu manancial cristão de atitudes virtuosas estava seco, então continuei curtindo aquela sensação boa sozinho. Pois bem, depois de sairmos de Belém, começamos a conversar sobre religião, e descobri nele um entusiasta no assunto, tanto quanto eu sou com o ocultismo, que, afinal de contas, permeia todas as religiões. Falamos sobre anjos, santos e o "fim dos dias", e eu folheei uns livros interessantes dele. Estávamos há poucas cidadelas de tucuruí, quando eu cochilei. Acordei com um som de tiro e pensei ter sido o pneu estourando, quando senti o cheiro de pólvora.
-Pára êz ônibus! Pó pará! Cê qué morrê maluco?
Fiquei confuso, não diria pasmo, mas já desanimado com o que sabia que estava acontecendo, e, realmente, muito emputecido o que eu sabia que iria acontecer. Aquela frase tão usada pelos adultos quando seus adolescentes violam algo ou praticam tal irregularidade, sempre o mesmo jargão: "você pode pensar 'nunca acontecerá comigo' jovenzinho", achando que não oníricos, em suas posições de responsáveis pelos rebentos, "nunca acontecerá comigo". Eu pensei na hora, "logo comigo...". Bem, levei tudu na esportiva. O cheiro de brau que eles exalavam era muito forte, todos os cinco ou seis ladrõezinhoas. Logo vi que estavam muito doidões. Pareciam ter vindo de uma plantação clandestina de Goianésia ou El Dorado dos Carajá, citadelas "fim do mundo", no melhor estilo Mad Max, e com as melhores risadas também. Isso mesmo, eu até posso ouví-los, Thiago, Saimon, Pastor, foi uma onda errada, como diria Plínio... Que onda!
-Todo mundo pru fundão! Todo mundo!-gritavam enquanto entravam pela porta do ônibus -Mãos pra cima! E os espertin leva bala!-disse um dos criminosos, um muleque bem baichinho; aliás, todos eram bem novos e magrinhos, vozes finas de mancebos.
-Relógis, celulá e anéu, aqui no saco!-disse um, enquanto outros três nos apontavam com pistolas-Colaris tamém!
Bem, tenho que admitir, não gosto de falar nesse assunto, por mais que seja podreira, e por mais que eu ame podreiras... Há um mês estou refazendo meus documentos perdidos. Um teclado da yamaha novo em folha, um celular bacaninha que eu usava pra tirar fotos, dei adeus. Porra! Estava começando um hobby bacana tirando fotos com ele... Bem, depois fomos encaminhados pelos ladrões a sairmos. Onde estávamos eu não fazia idéia de como fomos parar. Era uma estrada de terra no meio do mato, bastante alto, entre rochedos arbustivos. Depois fui ficar sabendo que eles ameaçaram o motorista com uma arma se não saíssem da rodovia, aos gritos, montados em motos. Todos em pé, iluminados pelo farol do ônibus, soubemos que estávamos realmente fudidos. Jogamos nossas carteiras, nossos sapatos, no meu caso, fiquei de hawaiana, até a hora em que um deles se simpatizou com ela.
-Óia só gente! O malandro escondeu cem conto no tênis!-gritou um dos ladrões ao pegar os sapatos de um velho. Todos gatunos riram.
Ficamos em pé com as mãos na cabeça por um tempo difícil de precisar, observando tudu. Uns em estado de choque, outros com um olhar distante. Eu, vendo isto tudu da maneira lúcida que os insanos vêem, fiquei vendo qual passageiro iria começar a tremer primeiro. O pobre motorista devia estar cansado, pois suas pernas pareciam bengalas de bambú sob o apoio trêmulo de um velhinho com hipotermia. Uma mulher chorava desesperada com um bebê no colo. Alguém tinha de apelar pra dramaticidade! Tudu bem, sei que não era chantagem, mas mesmo assim, não estava dando certo. Foi então que pegaram as malas.
-E essa aqui? De quem é?-perguntou um dos ladrões, parecia ser o mais velho, devia ter seus 19 anos.
-É minha.
-Cadê a chave doido?
-Tá lá em cima, no ônibus.
-Corre lá e pega.
Fui pegar, pensando em loucuras, como bater num dos capangas que foi comigo, baichinho e de olhos arregalados. Parecia ser a sua primeira vez. Procurei a chave, vi que deviam tê-la levado, pois estava presa no celular. Continuei procurando, pra parecer mais óbvio aos símios que realmente não estava lá. O rapazola era assim esguio e fracote, realmente me deu ganas de lhe tomar a arma. Mas eu estava tão calmo, estava tão tranquilo comigo mesmo, estava atribuindo a tranquilidade à minha fé... Bem, fé demais fede. Desci pra estrada novamente.
-Não tava lá, um de vocês a pegou por engano com meu celular.
-Num tem coisa valiosa aê dentro, não, né doido?
-Tem não, bixu! Tu não quer estourar esse cadiado, não? Dá um tiro aê.
-Rapá, tu não vai me fazer gastar uma bala. O que qui tem aê?
Fiquei com vergonha de dizer. Quando fiz as malas, estava tão doido que soquei minhas roupas, alguns documentos e meus allstar como se fossem lixo, e fechei o cadeado. Estava doido, e atrasado pro embarque.
-Bixu, só tem meu allstar e umas roupas.-na verdade eu não me lembrava muito bem o que realmente tinha.
-Beleza...
Depois fizeram um acordo de o motorista esperar meia hora até sair. Ao sairem, um diálogo simples descreve a cena.
-Meu jovem, você tem fogo?-perguntou um velhinho, tirei o fósforo do bolso-Obrigado!-e acendeu um cigarro.
-Hey, você tem cigarro?-perguntou uma jovem, dei dois, um a ela e outro à amiga-Obrigado!
-Aceita?-ofereci um cigarro ao motorista, quando o vi com o olhar perdido pro ônibus.
-Obrigado.
Todos fumando pra relaxar, foi hilário. Alguns sacaram seus próprios isqueiros, outros seus baratos derbys. Bem, pelo menos eu estava com meu Black. Descalço, suado e com os pés de todd mais horríveis que um goiano pode ter... Mas estava fumando Black! Grande merda, hein. O tiro, fui ver ao subir no ôinibus, atravessara o vidro das poltronas da frente, onde eu estava sentado. Pegou bem acima de nossas cabeças, da minha e da do gago. Com um pouco de sorte, acertou meu teclado, que estava encaixado num compartimento sobre nossas cabeças. Assim espero... Malditos.

Au revoir

quinta-feira, 21 de maio de 2009

arcadismo de cu é rola

O silêncio que há numa casa de fazenda depois do almoço é desses pesados e mornos; quando nosso estômago cheio amortece o corpo, e a calma do campo amortece a alma. Uma languidez mortífera... não tão digna quanto a libidinosa, e muito menos gratificante que a laboriosa... Mas uma laguidez, de fato! Uma languidez mortífera que adormece cães e gatos pelo assoalho de madeira da sala, e só o grasnar periódico de um ganso infeliz nos faz lembrar que não estamos surdos.
Este calor dos trópicos, bafejo atmosférico paraense, úmido como bafo de sauna, só me faz lembrar de um único caloroso bafejo que supera em intensidade e formosura... mas irei poupá-los de meu lado romântico e infantil que nunca atrofia. Quem me conhece sabe, o mal do século me deichou marcas, e o clichê machadiano encontra solo fértil nos tolos amantes de um Alvarez de Azevedo.
Nunca eu desejei ser menos sensato ou imediatista, mesmo quando minha razão tem sido uma tocha na escuridão de minha sensibilidade emotiva, como tenho desejado ultimamente... Ou melhor, são lampejos de súplicas irracionais, e lapsos de racionalidade em que me pergunto o porquê de pedir tal sandice... a fraqueza por vezes me inebria com a febre da desistência. A cruz de ser um fazendeiro eu não quero carregar. Isto tenho certeza, embora tema até onde vá dar essa minha esperança num futuro melhor. A casca de minha resistência se consome com o tempo, e este tempo é valioso, e esta casca é grossa... Desde quando adicionei sinestesia ao meu vocabulário um leque de "válvulas de scap" abriu-se como um menu de setup interativo em minha mente... Talvez os pixels de nitidez sejam mais visiveis sob a ação tóxica do THC, quando os gráficos se tornam texturizados.... mas isto já são águas passadas. O fato é que ter esperança não é conformismo, mas um resultado empírico de desventuras, usualmente catalogadas como prazeirozas vazões de minhas oníricas inspirações... Se Deus quiser Pastor me ajuda a escrevê-las num livro.
Como muitos de nós que teve a paixão platônica pelo famoso spleen gótico, eu ainda teimo em apreciá-lo de vez em quando; espírito burguês e hedonista que ainda me enchergo, logo a dramaticidade me enleva tal como me enlevava na adolescência... Não estão entediados com isto? Já estou terminando, eu juru, é que o Dreher do meu tio... tava tão acessível... Então este sentimento juvenil vai e vem como um pensamento, que em muitos foi soprado pelas cruezas da vida. Filosofias cafagestes, Kafka, encenações alheias que nos pegam de jeito em nosso círculo social... e Lula! Na presidência! São tantas coisas que concorrem em ocupar-nos espaço no espírito que o romantismo tem sido tachado de infantil e tolo. Pudera, seria algo como o último dos moicanos num salão inglês vestido de culotes e sapatilhas francesas. Algo como uma idéia quase extinta. A mesquinhez de nossas necessidades talvez aguce nossas dignidades filantrópicas, e quiçá cidadãs, mas a retórica narcisista sempre será o ópio de alguém que não quer mais se intoxicar às custas da clandestinidade marginal e ilícita.

terça-feira, 12 de maio de 2009

daylightdream #87

-O objetivo deste experimento é verificar a adaptabilidade de um Homo Symbolicus à realidade exterior a sua paranóia; Concluir o sentido do movimento destes dois planos a medida que se desvendam seus dogmas e mitos; Potencializar esta dinamicidade em prol da adaptação da cobaia ao meio; E avaliar a validade e as consequencias da inversão desse último processo.

Método:

-Na primeira etapa da experiencia, em primeiro lugar, se construirá um panorama da paisagem psicológica do indivíduo, bem como da paisagem social por ele percebida, analisando em ambos os casos as esferas do desejo, consciente e inconsciente, da memória, e finalmente da produção.
-Na segunda abordagem, baseado no procedimento anterior, considerar-se-á a interface das duas paisagens, como se controem, destroem e desconstroem mutuamente.
-Por último, a fim de conduzir o estudo estudo de caso a conclusão, a cobaia será submetida a um choque, e os produtos dessa desterritorialização forçada serão analisados. Concluir-se-á se são categóricas, relativizáveis e estrapoláveis os novos paradigmas a esta altura devidamente mapeados.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

carpem diem, noctem, omnia est!

dormir ao som de morcegos que voam próximos à sua rede, com aquele guincho agudo de ratos que têm asas; ficar repleto de picadas de mosquitos, por que os daqui são maiores e seus bicos atravessam a mais grossa malha jens, os famosos suvelas, e deve ser por isso que emagreci um pouco; por fim, e mais glorioso, o labor bucólico! Assistir morcegos sendo pegos por tarântulas que perambulam o teto, ou sentir algo cutucar seus ossos e ver que é um mosquito, não se comparam às adversidades do campo! Canseira mesmo 
Tudu bem, admito que exagerei... com relação às tarantulas! Minha mãe matou todas... Mas antes tinha!
Agora, sem mais delongas, digressemos! Por que desgrassar não é comigo, foi-se o tempo, aliás, bons tempos... Isto serve pra vocês, meus caros, e pro finado Nietchz, ou seja lá como se escreve este espirro fonético. Esse sabia desgraçar, dê-lhe uma filosofia antiga pro velhaco deflorá-la como um marujo solitário, sozinho com uma garçonete num cubículo sanitário. Saudades de tu thiagueras, de tu saimon, e é claro, do pastor, sempre em nossas memórias boehmias.
Esta fase de minha vida nos distanciou, assim como fez com muitas outras pessoas que eu poderia vender minha alma para ter perto de mim; embora o diabo não queira ninguém evangelizando no inferno. Me encontrar com vocês e ouvir dos mesmos tudo o que se passou diante dos seus olhos de artistas, este um dos meus mais grandes desejos. E que seja numa casa confortável, comendo uma pizza, enquanto o mundo se acaba do lado de fora.
quando eu pôr o pé em gyn novamento dou um grito

por hoje é só pessoal

PS: mandou o convite pro luis guilherme doido?

terça-feira, 14 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Meus Caros Thiago e Saimon,

Demorei para fazer esta última postagem como costumo demorar para excretar, à guiza de alguém que está com o intestino preso qual filtro cascalhento da SANEAGO que, de repente, perde sua capacitade filtrativa, sob o fluxo intenso das águas do acaso urbano. Longe de mim comparar isto à uma excreção orgânica, até por que sei que também gostam muito de escrever aqui seus devaneios. E, no entanto, não seria isto uma excreção mental? Definir excreção ao pé da letra nos remete aos famosos e, por que não?, televisivos "colifórmios fecais"! Sim! Os próprios, microscópicos e invisíveis a olho nu, mas que, juntos numa proporção de (6x10²³) elevado à alguma incógnita suficientemente quantitativa, fazem um pequenino cocozinho fétido... Não, estou me referindo ao mundo das idéias, não a este no qual estão presas, e se libertam apenas por nossas palavras, escritas e/ou manifestações artísticas. Me refiro à demora que levou eu vir aqui prostrar meu ego cansado, e quiçá fazer o ego cansado de vocês sorrir um pouco, pois que esta vida é um palco tragicômico deveras cansativo, e até os melhores atores se cansam de sorrir no fim de um ato. Não que eu esteja cansado de sorrir, embora de fato esteja cansado, mas apenas vim por meio desta para sujerir que mandem este link pro vulgo Pastor, pois ele anda
muito sumido; o que não é novidade, e como estamos nos dispersando cada vez mais, seria de grande utilidade o meliante ter acesso a este nosso espaço pseudo-intelectual. Digo pseudo por que nossos psiquismos estão ainda no frescor primaveril da verdadeira produção, então penso eu que ainda não temos o luxo de uma afirmativa destas, quando habitualmente estamos estudando na companhia de um cinzeiro ou uma lata de cerveja, com o monitor mostrando o site do orkut e a tv ligada num console de play2... Ora bolas! Então, sem mais delongas, pois a vontade de escrever mais é forte, termino, isto deveria ser apenas uma carta. Prometo voltar ao hábito destes posts, e peço o mesmo a vocês.

Carinhosamente, mas sem boiolice, Gabriel George

PS:mas animem mesmo,seus mancebos pandegos

sábado, 24 de janeiro de 2009

idéia // ação

Começar tarefas é muito mais prazeroso que dar cabo delas. Quando se inicia um pensamento, a impressão de manipular uma matéria ideal, em que consiste o ato, nos eleva, enquanto as definições, que impomos no desenvolvimento da idéia, nos frustram. Sistemática e demoradamente o método do processo nos cansa, até o ponto em que nos agradamos com as resoluções alcançadas no materializar do inicialmente intangível, é aí que nos sentimos a vontade para orgulharmos-nos da perda de paciência, e enfim dizemos que concluímos algo. Neste momento nos é permitido tocar a beleza.


A beleza está na exaustão da busca pelo sublime.

A beleza é a caça fracassada do sublime.

A beleza é uma mulher que envelheceu tentando definir seu formidável aspecto.

Vislumbrando o sublime, alcança-se no máximo a beleza.

Ninguém cria algo sublime, no máximo, de tempos em tempos, percebe-se algo que, ao se tentar compreender, apenas fará frustrar-se grandemente.

domingo, 11 de janeiro de 2009

movimento...
No sentido de sair daqui e ir para alí.
Sem dúvidas é fundamental.

Mas sair daqui e não chegar a lugar algum é panaquice!
Apenas perder lugar...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Tédium in vacancis

Contar uma piada sem graça alguma, nojenta, na hora do almoço em família, ou ainda na ceia de natal. Conversar sobre religião, ou melhor, DEBATER religião, num lotado bar de playboy com a gatinha com quem estudou no ensino médio, que te dava mole até então. Cortar assunto com uma ex deixando no ar a possibilidade de uma reprise dos melhores momentos passados, coisa bacana... dizendo que seu sovaco ta pingando e você precisa tomar banho imediatamente, por não aguentar mais a própria catinga. Arrotar asquerosamente na frente da avó. Repetir piadinhas até uma nova conotação de infâmia. E permitir que pensassem o que quisessem.

Quem nunca foi repreendido, repreendeu-se ou sentiu-se repreendido por algo considerado impróprio para uma determinada ocasião ou para qualquer ocasião?

Penso de suma importância questionar sempre os motivos reais e naturais de nossos hábitos mais antigos e banais. Só assim ponderaremos com justiça o que imaginamos coerente ou decente. Mesmo que seja a incoerência e indecência conceitualmente em suas formas mais puras! Legislando uma nova moral, e a ética não é tão diferente da moral, ou aceitando outra, a não ser aquela cegamente imposta, se o desejo é o de tomar como autoridade a verdade, é preciso avaliar imparcialmente essas premissas.

Somos todos muito mais artistas do que conseguimos ver, sempre vislumbrando momentos que, de fato, nunca existiram como os concebemos. Exercitamos quase sem cessar o tique-nervoso de adivinhar como o outro se sente ou o que pensa, o que ele sente de nós e pensa de nós, e ainda o que ele pensa que nós pensamos e sentimos, e o que pensamos e sentimos dele, e assim por diante. Daí infere-se como somos cegos atiradores. Quantos não agravaram pesadamente um ato, que por ventura, só com muito mau humor, poderia ser levado a mal, cometendo um pedido de desculpas?

Permitir que se pense o que for. É a atitude a qual me submeti num auto-experimento social que proponho, com o intuito de habituar-me a realizar, digamos, "diretamente" minhas vontades, sem me importar com a repercussão que tenham, não me inibindo com os agentes de inércia, medo e vergonha. A idéia é dinamizar minha resposta aos estímulos do mundo exterior. Fundindo atitude e ação, eliminar-se-iam as distorções de percepção pessoal e alheia de quaisquer eventos. Desse modo, sem os devidos preconceitos morais, fazemos um esforço maior e mais eficiente para cultivar/corromper em nós o que chamamos de civilidade. Uma flexibilidade da moral individual em prol de mais harmônica convivência em sociedade.





"Após esclarecida, determinada coisa deixa de nos interessar. O que queria dizer aquele deus ao aconselhar: 'Conhece-te a ti mesmo!' ? Significaria: 'Deixa de te interessares por ti! Torna-te objetivo!' E Sócrates? E o 'homem científico'?”

Nietzche

sábado, 3 de janeiro de 2009

espírito da atualidade (zeitgeist)

caros web-pensadores deste blog, como estão de férias?
dando um tempo aos seus fígados? aos seus neurônios?
bem, graças a deus eu nasci com um ótimo fígado, excelente pulmão, e neurônios na média, que, sinceramente, não imagino qual deva ser... mas e juízo? Vós deveis até serem questionados pelos parentes mais conservadores: "Já tomou juízo menino?"

é claro que esta pergunta merece a: "não, é o único drink que não bebi"

deus não me deu juízo, e pior, assim como vós, meus caros, deu até muito pelo qual minhas mãos desajuizadas pudessem faze e repetir, de ações desajuizadas que minha falta de juízo poderia supor. Deu-nos beleza física e mentes sagazes, e estes atributos nos fluem pelas mãos e dedos como areia, em nossa vã filosofia hedonista e individualista.

no que pude fazer de falta de juízo, a lei de ausência de tempo de Einstein o sabe, pois segundo ela ainda o estou praticando em um tempo e espaço alternativo.

bem, no que tange o corpo, eu estou me purificando do Thc e do tabaco com louvores, assim como do álcool e também da indulgência de cotidiana que prestava ao meu primo; embora tenha de ser indulgente agora com meus pais, na casa deles.

no que tange ao espírito, se preferirem, mente, a estou revolucionando, e que cabe o sentido de revolver, decantar, mudar, mas não de aprimorar, pois seria pretensão demais; estou mais do que nunca encarando, às palavras de Pedro, irmão do thiagueras, encarando minhas quimeras.

saudades de vcs, e lembrei da minha senha, lezera neh doido, releva aew hehe

o/