domingo, 30 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Isto é um trabalho universitário.
Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
ARQ 5624 - Arquitetura Brasileira I
Professora: Alice Viana
Aluno: Thiago de Mello Brito
Matrícula: 06231044
O olhar para o futuro sempre intrigou a humanidade, e não atoa foi, e ainda é, tema recorrente de todas as artes em inúmeros momentos históricos. No início do último século, o futurismo, enunciando essa distante obsessão, talvez já anunciasse quão selvagem e comercial seria a realidade atual. Mais recentemente, nas últimas décadas, a cinematografia também aponta possíveis desfechos para os processos de desenvolvimento tecnológico, ideológico e econômico, bem como consumo de recursos naturais praticados. Uma vez exibido tal panorama convém analisar aonde nos levam tais vislumbres.
No filme De volta para o futuro II (1985) os personagens viajam para 2015, e se deparam com uma sociedade gozando de todo potencial tecnológico disponível em seu cotidiano. Mais próximos desta data, em 2008 é fácil questionar se todos terão acesso a esses adventos. Já em Sahara e Guerra nas Estrelas, uma espécie de tecnocracia substituiria a elite corporativa no topo da pirâmide social e nenhum problema seria, de fato, superado. Matrix, Mad Max, Inteligência Artificial e muitos outros, desenvolvem seus enredos em futuros pós-apocalipticos, prevendo iminente catástrofe global.
Observando o sonho contemporâneo do futuro, que à medida que busca se definir transforma-se exatamente no que supõe, só ficam claras as indefinições de uma identidade e de um ideal. O que, é claro, tem reflexo na arte produzida, em suas diversas funções, e na sua interface com o expectador, em seus diversos papéis.
Vejamos estes tempos caóticos. Num mundo em globalização, a informação é, cada vez mais, disseminada e tem acessibilidade e produção amplamente democratizadas. Até aí parece fácil dizer que a humanidade, sem dúvidas, estaria próxima de um período de plena ascensão cultural, e, por conseguinte, a resolução dos problemas sociais e econômicos seria o encaminhamento natural da coisa. Mas esta não se demonstra a possibilidade mais próxima. Aliás, o contrário é uma imagem bem mais verossímea da chamada realidade, em que, pode-se dizer que significativa população ainda vive num regime muito próximo do feudal, cada vez mais distantes dessa emancipação intelectual.
Sob domínio de elites, a informação deixa de ser apenas libertadora e passa a cercar o indivíduo, condicionando-o à inércia, bombardeando-o de processos que o fazem aceitar o suposto pensamento coletivo, de desejo e consciência de sua solidão e necessidade de constantemente adquirir sua identidade, e ele, embora ciente da proximidade de todos os limites que o consumo impõe, continua sustentando o dogma monetário, que incessantemente se reproduz.
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
ARQ 5624 - Arquitetura Brasileira I
Professora: Alice Viana
Aluno: Thiago de Mello Brito
Matrícula: 06231044
O olhar para o futuro sempre intrigou a humanidade, e não atoa foi, e ainda é, tema recorrente de todas as artes em inúmeros momentos históricos. No início do último século, o futurismo, enunciando essa distante obsessão, talvez já anunciasse quão selvagem e comercial seria a realidade atual. Mais recentemente, nas últimas décadas, a cinematografia também aponta possíveis desfechos para os processos de desenvolvimento tecnológico, ideológico e econômico, bem como consumo de recursos naturais praticados. Uma vez exibido tal panorama convém analisar aonde nos levam tais vislumbres.
No filme De volta para o futuro II (1985) os personagens viajam para 2015, e se deparam com uma sociedade gozando de todo potencial tecnológico disponível em seu cotidiano. Mais próximos desta data, em 2008 é fácil questionar se todos terão acesso a esses adventos. Já em Sahara e Guerra nas Estrelas, uma espécie de tecnocracia substituiria a elite corporativa no topo da pirâmide social e nenhum problema seria, de fato, superado. Matrix, Mad Max, Inteligência Artificial e muitos outros, desenvolvem seus enredos em futuros pós-apocalipticos, prevendo iminente catástrofe global.
Observando o sonho contemporâneo do futuro, que à medida que busca se definir transforma-se exatamente no que supõe, só ficam claras as indefinições de uma identidade e de um ideal. O que, é claro, tem reflexo na arte produzida, em suas diversas funções, e na sua interface com o expectador, em seus diversos papéis.
Vejamos estes tempos caóticos. Num mundo em globalização, a informação é, cada vez mais, disseminada e tem acessibilidade e produção amplamente democratizadas. Até aí parece fácil dizer que a humanidade, sem dúvidas, estaria próxima de um período de plena ascensão cultural, e, por conseguinte, a resolução dos problemas sociais e econômicos seria o encaminhamento natural da coisa. Mas esta não se demonstra a possibilidade mais próxima. Aliás, o contrário é uma imagem bem mais verossímea da chamada realidade, em que, pode-se dizer que significativa população ainda vive num regime muito próximo do feudal, cada vez mais distantes dessa emancipação intelectual.
Sob domínio de elites, a informação deixa de ser apenas libertadora e passa a cercar o indivíduo, condicionando-o à inércia, bombardeando-o de processos que o fazem aceitar o suposto pensamento coletivo, de desejo e consciência de sua solidão e necessidade de constantemente adquirir sua identidade, e ele, embora ciente da proximidade de todos os limites que o consumo impõe, continua sustentando o dogma monetário, que incessantemente se reproduz.
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