Uma narrativa visual no centro histórico do Porto.
Caminhar pelas estreitas e pitorescas ruas do centro do Porto, olhando para cima, como o faz quem se interessa por sua arquitetura, permite descobrir as estranhas silhuetas resultantes da apreciação deste raro palimpsesto contra o fundo claro e homogêneo do céu.
Tal impressão foi a base para estabelecer o recorte pretendido da complexa trama desta zona da cidade.
Buscando evidenciar a importância das formas estriadas a se confrontar, optou-se por tratar as fotografias de modo a “esvaziá-la” de informações desnecessárias, as cores foram eliminadas, o contraste acentuado e o céu clareado até desaparecer.
A
tomada de vista, organização e edição das imagens intentam registrar e
transmitir a experiência de deixar-se perder no interior deste tecido denso, encaracolado
e até claustrofóbico, quando as edificações inclinam-se ou se fecham sobre o
expectador, mas também não deixa de surpreendê-lo com inusitados enquadramentos
de monumentos históricos ou mesmo de singelas cenas cotidianas.
Um comentário:
o resultado final poderia formar um belo quadro na parede lá em casa, uma dualidade entre o que é e o que não é, o construído e o não construído, uma poética do espaço público da cidade.
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