terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Corte, quadro e fluido

Uma narrativa visual no centro histórico do Porto.
 Caminhar pelas estreitas e pitorescas ruas do centro do Porto, olhando para cima, como o faz quem se interessa por sua arquitetura, permite descobrir as estranhas silhuetas resultantes da apreciação deste raro palimpsesto contra o fundo claro e homogêneo do céu.  Tal impressão foi a base para estabelecer o recorte pretendido da complexa trama desta zona da cidade.
Buscando evidenciar a importância das formas estriadas a se confrontar, optou-se por tratar as fotografias de modo a “esvaziá-la” de informações desnecessárias, as cores foram eliminadas, o contraste acentuado e o céu clareado até desaparecer.  
A tomada de vista, organização e edição das imagens intentam registrar e transmitir a experiência de deixar-se perder no interior deste tecido denso, encaracolado e até claustrofóbico, quando as edificações inclinam-se ou se fecham sobre o expectador, mas também não deixa de surpreendê-lo com inusitados enquadramentos de monumentos históricos ou mesmo de singelas cenas cotidianas.