quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Todo em tudo ou Tudo no Todo?

Deparemo-nos nas seguintes condições: "Meros espectadores de um mundo todo, onde já se cultuou de tudo, e que o tudo foi contemplado por, quase que, insignificativamente, niguém, e que o nada, singelo manto da pureza, contemplado por muitos, resigna-se em poucas definições e/ou uma simples palavra: ignorância!"

Vestiremos este manto???

Não somente reflitam, comentem...

3 comentários:

SaimoN disse...

Reflitamos sobre a ignorância como a singeleza do nada e/ou sobre condicionamento e comportamento abjeto...

^^

Pistol disse...

Artísticamente, por comodismo de minha parte (Adimito!), partilho desse paralelo que o intriga.
E tomo como meu um discurso da renascença que diz:
"Já se pensou em tudo."
Jamais sairemos da contemporaneidade, pois já não há nada mais inédito ou autêntico, de fato, para se considerar.

Embora a afirmação, num primeiro momento, demonstre-se estufada pela moral, não se deixem enganar com esse mediocre véu de filó.


Penso...

Ainda impregnados com o fortíssimo condicionamento do absolutismo (advento pertencente a irônicamente chamada "Idade das Trevas"¹ em que apenas almejava-se a precisa ordem renascentista, a esboçando inclusive), no Renascimento -repetindo os acontecimentos de eras antecendentes- concebeu-se firme sobre ideais, de valores, estética, ordem... Enfim, acreditavam tocar, a eterna encarcerada do mundo das idéias, perfeição, em todos os campos. Mas como nem ela se dá ao luxo de ser "demodè", e olhar/ser olhada apenas por uma "face do prisma", a colocação tornou-se infeliz.
Ao alcançar mero objetivo o humano supera-se e busca satisfação com outros interesses, inalgurando com o barroco, mais uma vez, uma era de adoração a luxúria do proveniente da loucura e do caos.

Mais recentemente, também é possivel reconhecer o tal padrão.

O modernismo, com seus conceitos (ideais?), buscou uma nova ordem para tudo. Novamente guiado pelo avanço tecnológico, e a democratização e disseminação do conhecimento que este possibilitou, algumas discrepâncias morais tornaram-se notáveis. E eis que acontece uma revolução.

Mas não seria apenas um cordeiro a vestir peles de um lobo?

De fato, é inegavel a contribuição que o modernismo proporcionou. Mas não poderia ela ter acontecido de maneira acidental, e não deliberada?

Olhem bem para o homem moderno.

Escravo de seus ideais, o homem padrão, imerso em seus processos, projetou a casa padrão, transcendente a regionalidades, se pudessem destruiriam todo o tecido urbano existente e elas formariam a cidade moderna, com nada além gavetas para organizar as relações de bom gosto que os cidadãos deveriam se orgulhar de estabelecer. Como reflexo desse cotidiano, temos a arte moderna com suas vanguardas, a arte pura, a arte mínima, a arte aplicada, a anti-arte... Cada uma declama um manifesto diferente da nova moral a ser amplamente instituida.

Como se a identidade, enquanto singularidade fosse sempre e só um ingrediente pobre e proibido do belo e saboroso mangulão, que se faria do bom gosto inglês, da disciplina oriental, do requinte francês, o arrojo americano, a alegria sul-americana e os relógios suíços, se enfim chegassem num acordo.

Não percebem ainda, em demasia, o enclave do absolutismo, absolutamente, presente na modernidade?
Então pergunto, que paradigma foi quebrado?

Eu vos digo, quem em verdade se quebrou. Os modernistas. O modernismo falhou (!!!) com os propósitos de seu movimento.

E quando percebeu-se sua gafe, que agora gritava e esperneava enormemente, e resolveu-se tomar como bandera essa nova causa, do relativismo compreendido e aplicado, de fato, pelos artíficies da realidade,... já não era modernismo.

Era o advento da última era humana.







¹Que me levanta suspeitas de ter realmente sido, como é senso, apenas mais uma era de caos a preceder uma outra de razão.

Carelli disse...

jah foi dito que a verdadeira felicidade existe na pureza da ignorância, pois que Fausto soube de tudo, mas foi infeliz

jah foi dito que a verdadeira felicidade existe na comunhão com a Fonte do conhecimento, o Pai dos mundos, ou Deus, para os íntimos

se o valor da felicidade é como o valor térmico conhecido, seus extremos são apenas hipotéticos, que dizer então da ignorância e da sapiência?

São mais um exemplo de extremos, e neste caso, curioso ainda: cavalgam os valores pelas rédeas cronológicas da evolução, arquivados pela pesquisa incessante.

Numa escala que vai dum quociente negativo astronômico, iniciando do reino mineral, protista, celenterado, etc, até nossos ancenstrais, a ignorância: pode ser moral, intelectual, ou ainda um estado primitivo tal ao cérebro, que este somatisa ao corpo, e ao comportamento, características animalescas; e passando pelo reino animal, pelo surgimento de nossa espécie, até as especulações da atualidade: sobrecarrega o cérebro com uma tempestade elétrica forte o bastante para produzir desmaios, ou, como diriam os budistas, trazer o "Samadhi", que, dizem, reduz a vida de quem o sente, por ser um conhecimento que desintegra a matéria

enfim, vivamos felizes como Platão, que sabia que nada sabia