Começar tarefas é muito mais prazeroso que dar cabo delas. Quando se inicia um pensamento, a impressão de manipular uma matéria ideal, em que consiste o ato, nos eleva, enquanto as definições, que impomos no desenvolvimento da idéia, nos frustram. Sistemática e demoradamente o método do processo nos cansa, até o ponto em que nos agradamos com as resoluções alcançadas no materializar do inicialmente intangível, é aí que nos sentimos a vontade para orgulharmos-nos da perda de paciência, e enfim dizemos que concluímos algo. Neste momento nos é permitido tocar a beleza.
A beleza está na exaustão da busca pelo sublime.
A beleza é a caça fracassada do sublime.
A beleza é uma mulher que envelheceu tentando definir seu formidável aspecto.
Vislumbrando o sublime, alcança-se no máximo a beleza.
Ninguém cria algo sublime, no máximo, de tempos em tempos, percebe-se algo que, ao se tentar compreender, apenas fará frustrar-se grandemente.