sábado, 24 de janeiro de 2009

idéia // ação

Começar tarefas é muito mais prazeroso que dar cabo delas. Quando se inicia um pensamento, a impressão de manipular uma matéria ideal, em que consiste o ato, nos eleva, enquanto as definições, que impomos no desenvolvimento da idéia, nos frustram. Sistemática e demoradamente o método do processo nos cansa, até o ponto em que nos agradamos com as resoluções alcançadas no materializar do inicialmente intangível, é aí que nos sentimos a vontade para orgulharmos-nos da perda de paciência, e enfim dizemos que concluímos algo. Neste momento nos é permitido tocar a beleza.


A beleza está na exaustão da busca pelo sublime.

A beleza é a caça fracassada do sublime.

A beleza é uma mulher que envelheceu tentando definir seu formidável aspecto.

Vislumbrando o sublime, alcança-se no máximo a beleza.

Ninguém cria algo sublime, no máximo, de tempos em tempos, percebe-se algo que, ao se tentar compreender, apenas fará frustrar-se grandemente.

domingo, 11 de janeiro de 2009

movimento...
No sentido de sair daqui e ir para alí.
Sem dúvidas é fundamental.

Mas sair daqui e não chegar a lugar algum é panaquice!
Apenas perder lugar...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Tédium in vacancis

Contar uma piada sem graça alguma, nojenta, na hora do almoço em família, ou ainda na ceia de natal. Conversar sobre religião, ou melhor, DEBATER religião, num lotado bar de playboy com a gatinha com quem estudou no ensino médio, que te dava mole até então. Cortar assunto com uma ex deixando no ar a possibilidade de uma reprise dos melhores momentos passados, coisa bacana... dizendo que seu sovaco ta pingando e você precisa tomar banho imediatamente, por não aguentar mais a própria catinga. Arrotar asquerosamente na frente da avó. Repetir piadinhas até uma nova conotação de infâmia. E permitir que pensassem o que quisessem.

Quem nunca foi repreendido, repreendeu-se ou sentiu-se repreendido por algo considerado impróprio para uma determinada ocasião ou para qualquer ocasião?

Penso de suma importância questionar sempre os motivos reais e naturais de nossos hábitos mais antigos e banais. Só assim ponderaremos com justiça o que imaginamos coerente ou decente. Mesmo que seja a incoerência e indecência conceitualmente em suas formas mais puras! Legislando uma nova moral, e a ética não é tão diferente da moral, ou aceitando outra, a não ser aquela cegamente imposta, se o desejo é o de tomar como autoridade a verdade, é preciso avaliar imparcialmente essas premissas.

Somos todos muito mais artistas do que conseguimos ver, sempre vislumbrando momentos que, de fato, nunca existiram como os concebemos. Exercitamos quase sem cessar o tique-nervoso de adivinhar como o outro se sente ou o que pensa, o que ele sente de nós e pensa de nós, e ainda o que ele pensa que nós pensamos e sentimos, e o que pensamos e sentimos dele, e assim por diante. Daí infere-se como somos cegos atiradores. Quantos não agravaram pesadamente um ato, que por ventura, só com muito mau humor, poderia ser levado a mal, cometendo um pedido de desculpas?

Permitir que se pense o que for. É a atitude a qual me submeti num auto-experimento social que proponho, com o intuito de habituar-me a realizar, digamos, "diretamente" minhas vontades, sem me importar com a repercussão que tenham, não me inibindo com os agentes de inércia, medo e vergonha. A idéia é dinamizar minha resposta aos estímulos do mundo exterior. Fundindo atitude e ação, eliminar-se-iam as distorções de percepção pessoal e alheia de quaisquer eventos. Desse modo, sem os devidos preconceitos morais, fazemos um esforço maior e mais eficiente para cultivar/corromper em nós o que chamamos de civilidade. Uma flexibilidade da moral individual em prol de mais harmônica convivência em sociedade.





"Após esclarecida, determinada coisa deixa de nos interessar. O que queria dizer aquele deus ao aconselhar: 'Conhece-te a ti mesmo!' ? Significaria: 'Deixa de te interessares por ti! Torna-te objetivo!' E Sócrates? E o 'homem científico'?”

Nietzche

sábado, 3 de janeiro de 2009

espírito da atualidade (zeitgeist)

caros web-pensadores deste blog, como estão de férias?
dando um tempo aos seus fígados? aos seus neurônios?
bem, graças a deus eu nasci com um ótimo fígado, excelente pulmão, e neurônios na média, que, sinceramente, não imagino qual deva ser... mas e juízo? Vós deveis até serem questionados pelos parentes mais conservadores: "Já tomou juízo menino?"

é claro que esta pergunta merece a: "não, é o único drink que não bebi"

deus não me deu juízo, e pior, assim como vós, meus caros, deu até muito pelo qual minhas mãos desajuizadas pudessem faze e repetir, de ações desajuizadas que minha falta de juízo poderia supor. Deu-nos beleza física e mentes sagazes, e estes atributos nos fluem pelas mãos e dedos como areia, em nossa vã filosofia hedonista e individualista.

no que pude fazer de falta de juízo, a lei de ausência de tempo de Einstein o sabe, pois segundo ela ainda o estou praticando em um tempo e espaço alternativo.

bem, no que tange o corpo, eu estou me purificando do Thc e do tabaco com louvores, assim como do álcool e também da indulgência de cotidiana que prestava ao meu primo; embora tenha de ser indulgente agora com meus pais, na casa deles.

no que tange ao espírito, se preferirem, mente, a estou revolucionando, e que cabe o sentido de revolver, decantar, mudar, mas não de aprimorar, pois seria pretensão demais; estou mais do que nunca encarando, às palavras de Pedro, irmão do thiagueras, encarando minhas quimeras.

saudades de vcs, e lembrei da minha senha, lezera neh doido, releva aew hehe

o/